segunda-feira, 6 de julho de 2009

Qual o valor de um teste - 2

Na postagem "o valor de um teste - 1", apresentei-lhes o teste de amônia que é dos mais importantes e agora volto um passo atrás e abordarei um teste tão popular quanto mal utilizado por todos nós: o teste de pH. Embora muitas pessoas saibam da importância do pH como parâmetro químico, são poucos os que compreendem-no a contento. Não basta saber se um meio líquido tem reação ácida ou alcalina, mas em qual faixa ou valor este se encontra . A maioria dos testes à venda é baseado numa escala de cores onde os valores variam sempre a cada 0,2 décimos de pH, é justamente ai que a porca começa a torcer o rabo - na verdade a cada variação de 0,1 existe um incremento de 10 vezes no potencial hidrogeniônico, logo se um peixe é biológicamente apto a viver em pH de 6,4 e o colocarmos num ambiente com 7,0 na verdade estamos impondo-lhe a agonia de 60 vezes (!!!!) mais alcalinidade que pode aguentar. Os resultados não tardam a tornarem-se visíveis: peixe começa a ficar pálido, não come direito, tem tremedeiras, fica imóvel no fundo, etc.... Não raro vai a óbito.
Como usar corretamente um teste de pH? Não basta seguir o que diz o fabricante, pois infelizmente o mercado está abarrotado de produtos e alguns não atendem os requisitos mínimos de usabilidade/manuseio. Em primeiro lugar toda leitura deve ser feita sob luz natural e jamais em ambiente iluminado artificialmente, pois o espectro luminoso da lâmpada altera a leitura de cor. O tubo sempre deve ser lavado para não guardar vestígios dos testes anteriores, por isso recomendo lavar debaixo de bastante água corrente.
Vamos dar uma pitada de realidade ao texto? Faça o seguinte: veja os valores de pH da água de sua torneira antes de ser tratada para uso no aquário, depois de tratada e diga-me se houve variação, e se houve, de que forma houve esta variação e porque.

Em defesa do filtro biológico de placa - sim senhor...!

Acima: um nano 30x30x30 com uma torre e bomba 90 litros/hora (com redução de 50%)
É interessante como o tempo passa e novas tecnologias surgem e ficam acessíveis ao público. Filtros externos motorizados, canisters, internos de cartucho, internos modulares, etc.... Mas o que não consigo entender é a execração pública de um sistema de excelente capacidade biológica como o filtro de placa. Não conheço outro sistema filtrante que tenha tamanha capacidade de alojar bactérias, nem os tão corriqueiros anéis de cerâmica chegam perto.
Sabemos(eu e outros remanescentes dinossauros)que um filtro de placa só funciona sob algumas exigências, a saber: granulometria da areia entre 2~3mm, camada do substrato de 5 a 8cm, fluxo regulado de acordo com as circunstâncias. Para cada uma destas exigências é preciso adequá-la às características do aquário onde será montado e somente alguém com muita experiência neste tipo de sistema pode analisar cada uma delas.
É diferente de um sistema canister onde enche-se o sistema de água e liga-se o fio na tomada. Mesmo assim não conheço um canister que estabilize um aquário com menos de 40 dias, ao passo que num sistema de placas de fundo é perfeitamente possível que seja feito em menos de 20 dias. Basta que se conheça o sistema! E este conhecimento parece que foi jogado na escuridão das catacumbas do Vaticano!
Sempre me chamam de "retardado", "jurássico", "T-rex", "ET", "Anta paralítica", entre outros elogios qdo defendo o filtro de placa, mas qdo este sistema surgiu no Brasil foi o que me levou a ter meu primeiro aquário decorado com densa floresta de aponogentons, criptocorines, anubias, e até nuphar japonica. ATENÇÃO: estou falando em 1970 e pouco!!!! Aquários plantados podem estar em evidência agora, mas não são novidade pra muitos "dinossauros" ou "retardados"....rsrs.
Um argumento muito usado pelos detratores é qto ao "nescau-café" que se forma debaixo da placa e que levam muitos a acreditarem ser "matéria orgânica em decomposição". Nada mais errôneo que isto. Senão vejamos: o que é matéria orgânica em decomposição? Em 1º lugar: não tem nada se decompondo debaixo das placas, todo processo de degradação já ocorreu na camada que dá suporte as bactérias. Então não é matéria em decomposição!!! Então o que será? Resposta: é matéria inerte!!!! Tal qual num filtro canister que retém a sujeira nas esponjas, o filtro retém tudo que não for possível de ser reduzido pelas bactérias. Apenas uma mudança de local de retenção!
Experimente deixar um canister sem manutenção por um ano e veja o que acontece.... Será que ele vai continuar jogando água pela flauta? Ou será que vai queimar o impeller? Ou os dois?
É preciso entender uma coisa de uma vez por todas: seja qual for o sistema filtrante é necessário manutenção, e neste quesito o filtro de placa novamente leva a melhor..... pode ficar um ano sem manutenção, ou mais - dependendo da carga orgânica imposta ao aquário.
Então o filtro de placa só tem vantagens? Não! Existe uma limitação incômoda que é o número e variedade de peixes que devem coexistir em menor número que em outro sistema filtrante. Kinguios e carpas são péssimas aquisições, por exemplo, assim como a maioria dos ciclídeos pelos seus hábitos de revolver o substrato. Caracídeos são as melhores opções assim como barbos, tricogasters, colisas e outros aparentados.

Sempre defenderei o prazer oriundo da prática da aquariofilia, nunca as regras matemáticas ou teses de pseudo-doutores com suas pseudo-teses científicas. Prazer e conhecimento básico. Uma simples escala evolutiva.

domingo, 5 de julho de 2009

Interessante evolução de um aquário.

Depois de tomar coragem suficiente para desmontar minha montagem inicial resolvi que iria sair um pouco da temática "nature aquarium" e voltar para o conceito de "optimale aquarium" ou aquário holandês, pois foi com este conceito que dei meus primeiros passos em aquapaisagismo. Como vcs podem ver usei poucas variedades para compor a montagem: Hemianthus micranthemoides, Lysimachia nummularia, Lobelia cardinalis anã, Blixa japonica, Ninphea rubra, Cryptocorine cordata.


Aqui já é visível o crescimento das mudas demonstrando que o substrato simples de húmus de minhoca tem uma durabilidade muito maior que o imaginário popular prega via internet. Este substrato já passa dos 2 anos e sempre suportando uma vegetação densa (antes deu conta de um carpete de glossostigmas) e nunca me deu dor de cabeça e muito menos "explosão de algas", e também nunca vazou para o meio líquido.


Nesta fase de vegetação muito mais compacta e de alta demanda por nutrientes é que começo a adicionar fertilizantes comerciais. São: fórmula NPK 8-9-9 biofértil e microelementos aquafauna. A dosagem que optei foram 10 gotas do primeiro e 40 gotas do segundo. Logicamente com suplementação de gás carbônico em 1 bolha/2 segundos.


Entre cada foto transcorreram aproximadamente 30 dias e atualmente (05 de julho de 2009) está com este visual, já pedindo uma poda bem radical para deixar a paisagem mais compacta e sem o ar bagunçado que toma conta da parte dianteira e as duas laterais. Talvez deixe tudo crescer mais um bocado, pois pretendo utilizar as mudas em outra montagem num aquário bem maior que este aqui.

Muita gente pede o tal "set up" do aquário, que transcrevo:

- Aquário 40x40x40. Cortado e colado em casa mesmo. Custo foi de 22 reais, incluso um tubo de silicone flexite.
- Fauna: optei pelos caracídeos - Hyphessobrycon flammeus ou engraçadinho e são um cardume de 22 indivíduos.
- Substrato de húmus de minhoca tratado. A marca que usei foi "pé de serra", que se mostrou muito pura. Usei uma camada de apenas 01 cm.
- Substrato de areia de piscina. Usei 5 cm de camada.
- Aquecedor boyu 50w.
- Termômetro digital Minipa.
- Iluminação: usei duas lâmpadas compactas de 6.500k/15w.
- Filtro externo millenium 1000. Tem vazão de 360 litros por hora. Detalhe: em mais de 10 anos de uso só troquei o refil 2 vezes.
- Uso regularmente o concentrado biológico NITROBIO (Veja postagem referente + testes), na dosagem de 1 gota para 3 litros de água, que me garante alta degradação de amônia e nitritos.
- Não uso aquasafe. Uso anti-cloro.
- O pH oscila entre 6,5 e 7,0 de acordo com a demanda de gás carbônico.
- GH fica cravado em 3, já que uso cloreto de cálcio x magnésio x potássio e bicarbonato de cálcio.
- Nível de nitrato fica sempre entre 2ppm e 3ppm.
- Fostatos totais sempre entre 1,0 e 2,5.

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