domingo, 20 de abril de 2008

Abaixo-assinado dos aquariófilos

To: Min. do Meio Anbiente/CONAMA/IBAMA/Min. da Agricultura

Abaixo Assinado dos Aquariófilos.

Neste momento devemos nos unir em prol do aquarismo, precisamos do seu apoio.
Novas regulamentações sobre a nossa atividade serão discutidas e referendadas em uma consulta pública nos dias 16, 17 e 18 de outubro de 2007 na cidade de Tamandaré em Pernambuco.
Nós não fomos convidados na sua totalidade e com a antecedência necessária a esta audiência.
Senão nos fizermos presentes não poderemos contribuir para a melhoria da nossa atividade e poderemos ser cerceados ainda mais.
Pedimos que todos os interessados pela nossa causa leiam este manifesto e assinem, desta forma poderemos demonstrar a nossa importância e preocupação.

MANIFESTO

Nós, cidadãos em pleno uso e gozo dos direitos civis e políticos, praticantes da aquariofilia em alguma de suas ramificações, vimos mui respeitosamente expressar, nos termos do artigo 5°, inciso 34, alínea “a”; artigo 6°; “caput” do artigo 225; todos da Constituição da República Federativa do Brasil:

a) Considerando que a aquariofilia é uma arte milenar, cuja finalidade não pode ser outra além de proporcionar o bem estar da pessoa através de sua prática dentro dos padrões do respeito, zelo e amor pelos seres da natureza;

b) Considerando ser a aquariofilia, para os seus praticantes, verdadeira terapia e lazer, sendo esse garantido pelo aludido artigo 6° da Constituição da República, pela redação dada através da Emenda Constitucional n° 26, de 14 de fevereiro de 2000;

c) Considerando que em virtude de a prática da aquariofilia ser discreta pelos seus praticantes algumas ponderações distorcidas são nutridas sobre sua real maneira de ser praticada;

d) Considerando a necessidade da divulgação das corretas formas de se praticar a aquariofilia, impedindo que por erro e ignorância pessoas venham a praticá-la em desacordo com os bons ditames da consciência ambiental preservacionista;

e) Considerando a grande quantidade de empregos diretos e indiretos gerados no entorno da prática da aquariofilia, sendo que qualquer norma que venha a causar algum desequilíbrio nessa prática tem potencial de causar abalos com nefastas conseqüências sociais;

f) Considerando a iminência de normatização por parte do CONAMA, através da Proposta de Resolução advinda da 36ª Reunião da Câmara Técnica de Assuntos Jurídicos;

g) Considerando que o artigo 3° da respeitável Proposta de Resolução mencionada fere o Princípio do Mínimo Ético, pois há patente inversão axiológica ao se pretender lançar uma lista de espécimes que “poderão” ser criadas, ao invés de pretender lançar lista de espécimes que “NÃO poderão” ser criadas;

h) Considerando a necessidade de correta adequação do mencionado artigo 3° da aludida Proposta de Resolução à boa técnica legislativa, onde o correto seria confeccionar uma lista das espécies que NÃO podem ser criadas; conforme sói ocorrer em demais normas do país, “verbi gratia” a Lei 6.368/76, (conhecida como “Lei de Tóxicos”), a qual subordina a proibição ou controle de uso e manipulação substâncias às portarias do Ministério da Saúde, elencando tais portarias listas das substâncias que NÃO podem ser usadas ou manipuladas;

i) Considerando que, embora o parágrafo único do artigo 4° da respeitável Proposta de Resolução já descrita determine que: “As atividades de aquariofilia serão objeto de resolução específica do CONAMA” (SIC), por não haver ainda tal resolução específica haja a possibilidade por parte dos órgãos responsáveis pela fiscalização de eventuais autuações com base em analogia aos demais postulados da Resolução (caso aprovada e entre em vigor);

j) Considerando a necessidade de confecção da resolução específica para as atividades de aquariofilia, conforme o mencionado parágrafo único do artigo 4° da Proposta de Resolução, sendo tal necessidade de caráter emergencial, uma vez que a eventual entrada em vigor da respeitável Proposta de Resolução tornará a atividade da aquariofilia marginal e carente de legislação que a regulamente;

k) Considerando que os aquariófilos possuem conhecimentos e experiência para apoio na criação de normatização sobre a atividade de aquariofilia, havendo inclusive Organização Não Governamental específica para essa prática, bem como empresários no setor detentores de amplos conhecimentos sobre a viabilidade de criação de animais e plantas aptas à prática da aquariofilia;

l) Considerando a atual morosidade, falta de recursos e burocracia cartorial, que nos impinge os escritórios das agencias públicas que regulam nosso ramo de atividade, e também órgãos fiscalizadores que não atuam de maneira equânime em todo o território brasileiro.

m) Considerando o uso e aplicação de leis desenvolvidas para regular a prática de aqüicultura extensiva e/ou de corte inadequada para nossa atividade bem como inapropriada para balizar atos de fiscalização no comércio de aquariofilia.

n) Considerando a atividade de coleta, apanha e captura visando o mercado de aquarismo de peixes, plantas e outros organismos aquáticos uma atividade de pesca profissional. E que gera o maior valor agregado ao produto (pescado), em comparação com as outras atividades pesqueiras e/ou de explotação.

o) Considerando a atividade de coleta, apanha e captura visando o mercado de aquarismo de peixes, plantas e outros organismos aquáticos uma atividade de pesca profissional perfeitamente adaptada aos padrões de extrativismo sustentável desde que preservadas por regulamentação específica as espécies que fogem a esta regra.


p) Considerando a atividade de criação para o mercado de aquarismo de peixes, plantas e outros organismos aquáticos uma prática comercial que gera o maior valor agregado por quilo de biomassa produzido do mercado de aqüicultura.

q) Considerando a falta de uma política de fomento, e a falta de convênios que evitem excessos burocráticos e sobreposições entre as diversas áreas governamentais e leis reguladoras da nossa atividade.

r) Finalmente, considerando que uma norma estranguladora ou de interpretação dúbia fomente clandestinidade, ação de indivíduos cúpidos, bem como a má manipulação e coleta de animais indiscriminadamente do meio ambiente para atender desejos egoísticos e não preocupados com as boas técnicas preservacionistas, dentro dos padrões de sustentabilidade;

O SEGUINTE

MANIFESTO

1°) Queremos trabalhar em conjunto com as autoridades, sendo os primeiros a divulgar, coibir e denunciar práticas abusivas contra o meio ambiente, bem como não olvidar esforços para extirpar eventuais métodos que tragam degradação e imponham riscos à prática da aquariofilia de forma sustentável.

2°) Solicitamos uma maior participação junto aos órgãos públicos responsáveis pelas questões ambientais quando versar sobre assuntos atinentes à aquariofilia em quaisquer de suas ramificações; inclusive através de Organizações Não Governamentais já existentes nesse sentido.

3°) Que eventuais consultas públicas sejam feitas em locais de maior concentração e ampla possibilidade de deslocamento, como as cidades de São Paulo ou Rio de Janeiro; impondo, destarte, maior transparência e lisura em virtude de evitar interpretações no sentido de intenções para dificultar a participação de pessoas interessadas.

4°) Que eventuais normatizações sejam direcionadas para a correta prática da aquariofilia, punindo-se aqueles que degradam indiscriminadamente o meio ambiente, sem impor ônus aos aquariófilos que por ele são ciosos.

5°) Que seja feita a oitiva de profissionais do ramo da aquariofilia quando do lançamento de normatizações atinentes a essa prática, com a devida antecedência.

6°) Ao se confeccionar listas com proibições de manutenção ou comercialização de espécimes que essas atentem para aquelas que NÃO PODEM ser mantidas ou comercializadas, evitando assim, a inversão de valores; bem como a recorrência de clandestinidade e informalidade no trato, manutenção e comercialização de espécimes que poderiam perfeitamente ser aplicadas à aquariofilia.

7°) Se as listas lançadas não forem sobre as espécies que NÃO PODEM ser aplicadas à aquariofilia, estaremos diante do latente absurdo de ficarmos fazendo constantes atualizações em listas e infindáveis tramitações burocráticas; sem contar a esdrúxula não observância do Princípio do Mínimo Ético que deve nortear as boas técnicas normativas.

8°) Que seja observado, amiúde, eventuais impactos que normatizações possam trazer para a economia, emprego e manutenção de diversas famílias que trabalham no ramo da aquariofilia, buscando evitar comoções e prejuízos para a área social.

9°) Empreender esforços, junto aos aquariófilos, profissionais da área e autoridades, para a criação de “bancos” de coleta e redistribuição para outros aquariófilos de eventuais espécimes que se tornem indesejáveis ou, por qualquer razão, impossibilitados de continuar sendo mantido por aquele indivíduo, evitando-se assim a introdução arriscada de espécimes na natureza.

10°) Que os esforços sejam coligidos por aquariófilos, profissionais da área e autoridades com o condão da correta prática da aquariofilia, buscando-se evitar os maus tratos aos animais e plantas.

11°) Que seja desenvolvida em convenio com toda cadeia produtiva e de regulamentação, uma cartilha contendo os preceitos necessários da ética, da educação ambiental e da responsabilidade social necessários a nossa atividade, informando aos que fazem parte e aos que querem pertencer ao nosso ramo de atividade.

É mister difundir a consciência de que o aquariófilo deve ser um indivíduo amante da natureza e que por ela nutre indelével respeito. Ninguém monta um aquário para impingir sofrimento e dor aos seus habitantes, pois a grande beleza está em mantê-los saudáveis e com qualidade de vida.


quinta-feira, 17 de abril de 2008

Aquários plantados ou aquários com plantas?

Afinal, existe diferença ou é apenas um joguinho de palavras? Vamos analisar as coisas como elas são?

Para muitas pessoas ter plantas em aquários significa colocar plantas, ou seja, compre um tufo qualquer de "mato" e enterre-as nas pedrinhas. O que acontece na sequência? As plantas fica balançando ao sabor do movimento da água pelo tempo em que possuem reserva de vida para depois irem amarelando e perdendo as folhas, para finalmente "melarem" e morrerem. Como são baratas(na feira é claro...rs)é só esperar a próxima feira e comprar de novo....simples né...rsrs.

Um passo adiante nos levam aos que tentam mantê-las com até certo cuidado, mas sem o conhecimento necessário para que realizem seu processo alimentar básico que é a fotosíntese.

Gosto da idéia de dividir esta temática em três grandes grupos: aquários holandês ou "optimum aquarium", jardim japonês ou "nature aquarium" e finalmente os generalistas que mesclam elementos dos dois estilos.


- Aquário holandês ou "optimum aquarium":

Chegou ao Brasil ainda em meados da década de 80 e obteve de imediato grande aceitação por parte da nata aquariofilistíca da época. Neste conceito as plantas são agrupadas de tal forma que formem um jardim(pesquisem sobre os jardins do palácio de Versailles)com elementos e cores cuidadosamente arranjados dando a impressão de assimetria e/ou simetria.
Na época mesmo com grande aceitação não nos era possível manter algumas plantas mais exigente pela simples razão de desconhecermos o que era "substrato fértil", iluminação correta, demanda de gás carbônico e relação GH/KH/pH ideal. Resultado? Muitos perceberam que não era mole ter plantas como nas fotos de especialistas europeus.


- Jardim japonês ou "nature aquarium":

Após a grande onda paisagística de 1980 e seu naufrágio, tudo ficou em estado de semi-dormência até meados de 1995 qdo com o advento da internet chega ao Brasil as primeiras fotos de impressioantes jardins submersos feitos no Japão por um tal de Takashi Amano.

O estilo era completamente diferente do europeu, pois ao contrário deste, valoriza-se a semelhança com a natureza pela arranjo mais ordenado e natural. Termos como "proporção de ouro", "dos terços", "triângulo", etc, foram sendo gradativamente aprendidos e difundidos.

Também junto com este estilo chegaram muitas informações sobre substrato fértil, iluminação ideal, novas espécies de plantas, equipamentos.

- Aquários plantados generalistas:

Sem sombras de dúvida este "estilo" é de longe o que agrupa o maior número de aficcionados simplesmente pela liberdade de não ter estilo algum. Embora não seja exatamente um estilo, a maioria dos praticantes obtêm impressionantes resultados estéticos. É a soma de muita pesquisa e informação com facilidade de acesso aos insumos necessários para a manutenção de uma grande variedade de plantas.

Claro que se vc chegou até aqui e não dormiu é pq de alguma forma gosta do asunto! E também percebeu que o nível de informações é escasso. Explico: não sou um Rony Suzuki, muito menos um Alex kawasaki ou André Longarço - logo não posso sugerir algo que não domino, né.

Simples assim!

Este texto é apenas uma "encheção de linguiça"...rsrs.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Estrangeirismos escalafobéticos. Hein.....??????


Durante muitos anos da minha vida tenho frequentado "as rodinhas de conversa" entre amigos, papo vai papo vem, e hoje com o advento da internet tudo se torna um pouco mais distante, porém mais rápido. O primeiro aquarista brasileiro que se tem notícia foi D. Pedro, e já naqueles tempos os nossos peixes eram um "show"!

Estamos em 2008 (sec XXI), e boiando por um desses fóruns que se multiplicam pela net eis que me deparo com o seguinte termo na língua anglo-saxônica: "HELP FILTER". Seria este "help filter" um "filtro auxiliar"? O que leva tantas pessoas a adotarem um linguajar tão pitoresco qto bisonho? "Ciclar" lembra "ciclo", qdo na verdade mais belo seria "maturar". Imagino-me chegado numa loja e ao ser atendido pelo balconista eu tenha que enrolar a língua(Quase dando um nó) e soltar um "I am looking for a external filter for my tropical fish aquarium"!!! OHHHH My GooooD!!!
Believe it or not - estamos caminhando a largos passos para que isto se torne real, pois em minhas remotas lembranças Astronotus ocellatus era "apaiari"(Belíssimo nome tupi-guarani). Um peixe totalmente extinto da nossa fauna aquática tupiniquim - restando-nos apenas "OSCAR".
Chiquérrimo será ter "ANGEL FISH" e pedir sashimi de "BRAZILIAN BLACK BASS"(Para quem não sabe, o tucunaré). UIA!!!!

Bom - pelo menos o orkut pode ser utilizado em português! rs.

E vejo uma escalada interessante na ostensividade com que alguns indivíduos se utilizam do inglês para se espressarem, em detrimento do prórpio idoma. Será canal por assinatura demais? Incontáveis horas batucando em teclados? Ou tudo não passa de uma "teoria da conspiração"? Estaria Elvis vivo? O peixe que sumiu na verdade foi abduzido? Não sei! Só sei que "eritrostigma" é "glowlight" e "megalopterus é phantom".

Tenhu medo de que um dia eu não consiga mais comprar e/ou vender peixes; a não ser que seja da divisa do Rio Grande pra cima.

Help! I need a translator! Now!!!!!

Entendendo o rótulo


Qdo compramos uma ração de uso animal veremos na embalagem uma tabela com coisas estranhas e valores esquisitos, que na maioria das vezes não sabemos para que serve. Acontece com a ração que damos aos nossos moradores aquáticos. Para uma pessoa leiga em nutrição é impossível saber o que é "extrato etéreo", "máx" e "mín", etc.
Para um melhor entendimento do que está escrito no rótulo colocarei aqui em breves palavras o que significa cada uma daquelas "coisas" e o pq dela estar lá.

1 - Proteína bruta : Como o nome diz é a quantidade de proteínas totais na formulação, mas não necessariamente aquilo que o peixe vai absorver. As proteínas são constituidas pelos compostos nitrogenados do alimento e servem para a formação dos tecidos ou a reconstrução destes. Na ração de peixes são utilizados elementos macro de valor biológico elevado como farinha de carne, farinha de peixe, farelo de soja tostado, dentre outros mais nobres.

2 - Extrato etéreo : São mais conhecidos como as "gorduras" de uma ração. Têm a mesma função dos carboidratos, ou seja fornecer energia para todas as atividades metabólicas dos organismos que a consomem. Também são veiculos para o transporte de várias vitaminas para dentro das células. Estão presentes em vários componentes tais como: milho, farinhas de peixe, carne, farelos. Sempre estarão associados a algum anti-oxidante pela facilidade de deterioração.

3 - Matéria fibrosa : Constitui um elemento importante para alguns gêneros de peixes como os ciclídeos africanos(Pseudotropheus, Julidochromis). Fibra é a parte lenhosa dos vegetais. Qdo um fabricante se utiliza de alguns componentes macro já conhece de antemão o teor de fibras presente. Estão presentes no milho farelo de soja tostado.

4 - Matéria mineral : De uma forma geral todas as rações já possuem os minerais dentro de sua formulação, sendo necessário apenas um acréscimo de cálcio, fósforo, e cloreto de sódio. Embora presente em pequenas quantidades é de fundamental importânica para o funcionamento de qualquer organismo vivo.

Em teoria é possível formular uma ração com mais de 80% de proteína bruta. Mas como o nome diz é a quantidade total de proteínas, não é aquela que algum organismo consegue metabolizar, ou seja, transformar em matéria nobre(massa muscular). Cada espécie animal e em todas as suas variantes de evolução possui necessidades específicas de nutrição. Ex: alevinos de tucunaré - carnívoro de água doce tropical. Pedem uma ração com um nível mínimo de proteína bruta de 42~45%, proveniente de origem animal(farinha de carne, farinha de peixe). Trocando em míudos - o que vale mesmo é o EQUILÍBRIO/BALANCEAMENTO na formulação, além da utilização de matéria-prima nobre, aliado ao uso de um premix* TOP de linha.

* PREMIX = Complexo vitamínico-mineral responsável pelos micro-nutrientes de uma formulação. É nela que estão acrescidas as vitaminas e oligo-elementos.


COMPOSIÇÃO E MATÉRIA-PRIMA

MILHO - O milho e seus derivados compõem a maior parte de todas as formulações nacionais para peixes. Isto deve-se pela excelente qualidade de nutrientes digestíveis presente neste cereal, que ainda é fonte de caroteno e xantofilas.

SOJA(FARELO TOSTADO) - A melhor fonte de proteína disponível no Brasil pela sua disponibilidade, balanceamento de aminoácidos, facilidade de manuseio. Todos os fabricantes não dispensam seu uso, e entra em até 40% na formulação das rações.

FARINHA DE PEIXE E DERIVADOS - É, certamente a melhor fonte de proteína que se conhece para a formulação de ração para peixes. É rica em vários aminoácidos, vit B12, e a literatura especializada indica a presença de "fatores desconhecidos de crescimento", sobre os quais ainda não existe um domínio completo. Têm em torno de 60%~65% de proteína bruta. É este componente que determina aquele cheiro que sentimos qdo abrimos um pote novinho de ração.

ALGAS MARINHAS - São considerados verdadeiros potencializadores biológicos ao serem inseridos em qualquer formulação destinada a nutrição de peixes. Melhoram vários parâmetros tais como digestibilidade, palatabilidade, etc. Algumas espécies de peixes são particularmente beneficiadas pela ingestão de algas marinhas: ciclídeos e poecilídeos estão dentre os que mais sentem diferença.


Proteína bruta - 35%(Mín)
Extrato etéreo - 6%(Mín)
Matéria fibrosa - 5%(Máx)
Matéria mineral - 10%(Máx)

Numa formulação hipotética como está descrita acima indica que contém um nível mínimo de 35% de PB, Mínimo de 6% de ET, nível máximo de MF de 5%, nível máximo de 10% de MM.

Lembrando que a nutrição de animais é um assunto extremamente complexo, e que na verdade esta postagem servirá para que um leigo tenha um melhor entendimento na hora de comparar as alcons, tetras, seras, poytaras, vitormônio da vida.
Espero ter auxiliado vc naquela hora de escolher qual potinho levar para seus peixinhos!!!

terça-feira, 15 de abril de 2008

Lendas urbanas. "Ouvi falar que...."


Inicio aqui uma coletânea de procedimentos ou dicas que se tornaram quase verdades absolutas no mundo dos aquários e peixes, mas que não passam de inocuidades na melhor das hipóteses.


- "Acidificar a água"

- Colocar xaxim dentro do filtro ou troncos de madeira: tanto um quanto outro para serem agentes acidificantes precisariam estar em enormes quantidades dentro do aquário. No caso do xaxim a coisa é mais séria, pois existe uma legislação federal que proibe a extração e comércio das samambaias das quais se aproveita somente parte do tronco. Se a intenção for acidificar através de troncos esteja preparado - vai usar quase toda floresta amazônica!!!


-  "Para eliminar cloro"

- Existem uma enormidade de recomendações que circulam pela internet, que vejo com reservas, pois assemelham-se a uma brincadeira muito engraçada chamada "telefone sem fio", onde numa roda de amigos cada um vai cochichando no ouvido uma frase inicial e ao final da roda o que se ouve nada tem a ver com a frase inicial. "Pegue água do chuveiro", "coloque no sol", "deixe borbulhando por meia hora", "deixe descansando por 24 horas", etc.... Sabemos que só existem 3 maneiras de inativar o cloro que são: por reação química, fervura, e descanso. Não existe mágica.


- "Para "ciclar"(maturar)um aquário recém montado"

- Por mais que se queria acelerar este processo através de produtos "tecnologicamente milagrosos", sempre cairemos no lugar comum - o de esperar um certo período de tempo. É desenvolver um senso crítico em relação a divulgação de certos fabricantes. Prometem demais e dão de menos. Como reza a cartilha do lucro total.


- "Kinguios não são peixes para aquários"

Quem disse isso? É muito difícil encontrar um peixe com um apelo visual tão forte, principalmente para crianças e os iniciantes. O que acontece na verdade é a desinformação(ou contra-informação)sobre as necessidades dos kinguios. Um aquário para receber estes peixes deve ser obrigatóriamente bem maior que os usuais, pois necessitam de muito espaço livre, boa filtragem, cascalho maior que a boca deles(assim evita-se que ele "chupe e cuspa" o substrato), plantas como microsorium e anubias. Devem ser preferencialmente os únicos habitantes, no máximo podem compartilhar o espaço com paraotocinclus ou coridoras.


- "Aquários dão azar"

Esta é a preciosidade clássica. Uma verdadeira pérola. Segundo alguns estudiosos do Feng Shui ter aquários significa "roubo de energia" representado pela movimentação da água, mas o contra-ponto é que nesta água existe vida. Se dá azar ter aquários o que será que acontece com lojas que possuem estantes com mais 200 aquários? Não sei...rs

Quem tiver a resposta estou no aguardo...rs.


- "Sal grosso previne doenças"

Outro clássico que tem origem no início dos anos 50, qdo tudo era jurássico e os peixes comprados eram transportados em potes de vidro. Não se conhecia o ciclo do nitrogênio, a filtragem era estranhíssima, as técnicas mais ainda, não se conhecia a fisiologia e necessidades dos peixes, muito menos o que ele comiam. Dá pra imaginar o estado de caos total que assolava os pobres coitados, né.... Só que os tempos mudaram, tudo evoluiu, só que quebrar meias verdades é mais dificil que as mentiras, pois as primeiras possuem pernas mais longas(põe longa nisso...).

Submeter peixes com necessidades específicas qto à qualidade da água a presença de cloreto de sódio equivale a manter seres humanos numa cidade como São Paulo - dá pra viver, mas estariam bem melhores se estivessem na Serra da Mantiqueira. Não é verdade?

O que previne doenças são adoções de medidas profiláticas baratas e simples, como quarentenar os recém-chegados e promover e incrementar o equilíbrio biológico através de filtragem biológica eficaz.

Cuidado com receitas infalíveis! Advogados que nunca perderam uma causa e cavaleiros que nunca cairam do cavalo.....sei não....rs.


- "Guppies(lebistes)são peixes bobos"

Tudo bem que Poecilia reticulata tanto faz se é de vala ou de aquários, mas colocar estes dois peixes no mesmo patamar é equiparar um fusca 62 a um BMW 858i. Enquanto um mantem-se na sua forma original o nosso guppie é fruto de um extenso trabalho genético através de décadas de cruzamentos e mutações. Portanto deve ser tratado como um ser que é muito sensível às condições do meio externo.

Quer guppies maravilhosos? Conceda um ambiente exclusivo para esta jóia viva!


- "Aquários pequenos são mais indicados para os iniciantes"

Muitas vezes a própria consciência de nossas limitações é péssima conselheira. Um iniciante imagina que um aquário deva ser lavado toda semana e certamente vai pensar em como fazer isto.

"Melhor se for pequeno, ai eu levo pro banheiro e lavo tudo no chuveiro durante o banho"....um chiclete mastigado para quem nunca imaginou isso...rs.

Esta lenda certamente surgiu junto com o primeiro peixe morto.

Um excelente tamanho para um iniciante é um aquário de aproximadamente 50 litros, que não é tão pequeno, nem tão grande a ponto de gastar mega-milhares-de-reais em equipamentos ou insumos.


- "Quero um daqueles peixes que comem a merda dos outros peixes"

Super comum nos balcões das lojas de aquários. Quem é, ou foi do ramo sabe disso! Coitados dos cascudos, coridoras, otocinclus. Como se já não bastasse a captura ilegal(às vezes criminosa), são reduzidos a meros comedores de excrementos!

Nos cursos de água onde existe a presença de cascudos ou limpa-vidros é um indicador de que a cadeia trófica ainda está funcionado a contento. Embora seja uma crendice popular de são consumidoras de algas na verdade alimentam-se também de vermes(anelídeos e nematódeos), zooplâncton, e formas larvais de insetos. As coridoras são equipadas de sensores nos barbilhões para "sentir" a comida, que muitas vezes está enterrada no fundo dos rios.

Quer manter estes peixes saudáveis? Seu aquário deverá ter algas no vidro traseiro, ofereça rações próprias e pequenos pedaços de vegetais e legumes antes de apagar as luzes .


- "Apaiaris(oscar)são carnívoros"

Um erro brutal de origem obscura. Na verdade estes peixes são onívoros, isto é, comem de tudo - vegetais, moluscos, crustáceos, insetos aquáticos, frutas, e ocasionalmente peixes. Mesmo assim não podem ser considerados psívoros natos(como os tucunarés e jacundás), pois falta-lhes mobilidade para perseguir suas presas. São na verdade controladores ambientais, predando peixes doentes, feridos, e velhos.

Por isso é importante a variação da dieta com camarões vivos e rações balanceadas.


- "Vc pode pingar esse remédio direto no teu aquário....é tiro e queda! Eu garanto!!"

Esta preciosidade está finalmente naufragando(junto com o sujeito que "garantiu")depois de tanto tempo e tantos estragos em aquários planeta afora. Até em aquariofilia não existem medicamentos inocentes, sempre ocasionam alguma mudança na microbiota("biologia" como querem alguns "especialistas").

O uso de medicamentos em aquariofilia deve obedecer os mesmos procedimentos que em outras especialidades veterinárias. Dosagem, duração do tratamento, diagnóstico correto, avaliação clínica, etc.

Para cada patologia um medicamento específico. Para cada medicamento um procedimento. Se possível em aquário-hospital.


- "Tirei filhotes de neon(Meus neons desovaram e os ovos eclodiram)"

Será uma lenda urbana? Ou serão eventos acidentais? Não é raro relatos de pessoas que alegam terem conseguido a reprodução de neons-cardinais em aquários comuns. Raros na verdade são a confirmação por testemunhas, fotos ou vídeos. Até o chupa-cabra tem registro fotográfico(tosco...mas tem...rs).

Já a mula-sem-cabeça ou saci-pererê nos devem uma aparição no youtube, afinal são personagens quase de "família", tamanha a inocência que cerca suas aparições...rsrs.


- "Meu aquário trincou por causa do olho gordo daquele(a)....FDP!!!"

Antes de começar este comentário preciso me "armar" de alho, crucifixo de prata, estacas de madeira, balas de prata, água benta, sal grosso, figa de guiné, búzios, espada-de-são-jorge....!

As evidências de olho gordo podem ser catastróficas em aquários - vão desde um inocente mato-grosso que boia do nada, até um trincado violento do vidro frontal. Tudo isso do nada. Basta que o(a) infeliz diga: "que aquáriozinho mais liiiindo!!! Queria ter um igualzinho, mas não consigo"!!!!

Lenda urbana ou não, esta semana reencontrei um amigo que perdeu um aquário presumivelmente por conta dessa coisa.

Mas eu não acredito nessa coisa não. Ser supersticioso dá azar!


- "Nunca morreu peixe comigo..."

Das duas uma - ou o cara é Doutorado em ictiologia na Royal Veterinary College ou é o melhor representante dos "zé garganta", que vem a ser a categoria mais representativa da classe dos "171".

Infelizmente a morte de peixes é um fato. Como já dizia um famosíssimo escritor:

"Os sucessos são alardeados, mas os fracassos - silenciados".

Que atire a 1ª pedra quem nunca perdeu aquele "cobiçadíssimo-espécime-que-só-aparece-uma-vez-a-cada-30-anos-no-comércio-e-que-custou-o-limite-do-cartão-de-crédito"???

Mas o pior é ter que esconder a fatura do cartão da "dona polícia", pq uma coisa é pagar caro, a outra é explicar pra ela que não vamos ter dinheiro para aquela "farrinha" básica anual em Saint-Tropez....rsrs.


- "Caro? Não...imagina!!! Foi uma merreca...!!!"

Quem nunca teve que sair com essa desculpa? Principalmente ser for casado....! Agora vou dar uma de mister M e revelar o que acontece por trás dos bastidores do submundo do aquarismo....kakakaka

Diálogo:

Esposa: sabia que vc ia chegar com outro saquinho! Pq vc demora tanto naquela loja?
Marido: Estes aqui são diferentes. São variedades mais raras e encontrei uns amigos que não vejo a muito tempo...
Esposa: e quanto custou esses barrigudinhos?
Marido: ahhhh....estavam em promoção....foi uma "merreca"...."mixaria"....

Senhoras esposas de aquaristas - além deste argumento existem outros, tais como:

O marido antes de chegar em casa ele passa na casa de um amigo(também hobbista)e arma o seguinte esquema: ele deixa o saquinho lá e pede pro amigo ir na casa dele depois de umas 2 horas levando o suposto "presente"....rs

Retira alguns peixes mais vistosos do aquário(vende-os em segredo)e diz que trocou os velhos pelos recém-chegados....rsrs

Agora que entreguei os segredos do submundo....vou sumir por uns tempos até que a poeira abaixe....conheço uns 4 que vão botar minha cabeça a prêmio....rsrsrs.


- "Pode levar moça(o)...esse peixe não morre não...."

Argumento mais usado em feiras e camelôs que em lojas. Quem nunca escutou isso que atire a primeira pedra...rs.

Não se deixe enganar - "para morrer basta estar vivo", dizia um velho ditado popular. Bettas, tricogasters, guppies, barbos, platis costumam ser alvos desta lenda "quase verdadeira", pois são de fato resistentes, mas não ao extremo de serem submetidos a torturas medievais como serem jogados em 500ml de água podre e terem que comer miolo de pão e fubá.

Qual foi crime que eles cometeram para cumprirem penitência na solitária e passarem(literalmente)a pão e água?

Fugindo um pouco do tom leve que tentei imprimir até aqui - condeno veementemente atitudes cruéis e idiotas com seres que são de nossa responsabilidade.

Conhecendo o universo do hobby a mais de 25 anos vejo que a mentalidade geral tem evoluido consideravelmente, em parte pelas campanhas em prol dos que não possuem o dom da fala/raciocínio e pela própria massificação do hábito de ter aquários dentro do lar.

Porém persiste em algumas "cabeças-menos-pensantes" o raciocínio(???)de que são coisas de R$ 1,00, e se morrer basta comprar outro, afinal o "dinheiro é meu e faço dele o que bem entendo"(já escutaram isso né...). Meio difícil argumentar com seres pouco dotados de humanidade, resta-nos orar e pedir a Deus que seus filhos(as)pensem(um dia)de maneira (bem)diferente.


- "Matrizes espetaculares à venda..."

No jargão aquarístico "matriz" quer dizer reprodutor(a), ou seja é o par do qual nascem os filhotes que o criador vende no comércio.

Os que frequentam lojas costumam ver exemplares bem crescidos e bonitos e no vidro do aquário pode-se ler "matriz de acará-disco" por R$ 200,00(exemplo).

Só tem um probleminha: criador nenhum vende seus reprodutores, senão fica sem o ganha-pão. Certo? O que vemos em lojas na verdade são peixes, que apesar do bom estado geral não apresentam mais condições ideais de reprodução(sob a ótica técnica de um criador)por serem velhos demais ou por não gerarem descendência com as características esperadas.

Vc pode até levar para casa, pois serão um ornamento e tanto! Mas não esperem entrar para o rol dos criadores profissionais dessa forma. Quer se tornar um "Criador"(C maiúsculo)? Domine genética e as Leis de Mendel só para começar...rs.

O dito acima vale para guppies, bettas, acarás-disco, kinguios, e outros peixes cultivados em cativeiro.

Não caiam nessa!!!




The End!!!

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Afinal: o que é essa tal de "aquariofilia"???

Certamente tudo começou bem antes da invenção do vidro; pois existem livros na China que tratam do assunto ainda no século 16. O próposito incial estava muito relacionado com a estocagem de alimento(leia-se proteína animal)durante as cheias dos rios, para garantir comida saudável nas épocas mais secas. Foi através da observação do colorido de algumas espécies que surgiram as motivações para transformá-los em sinônimo de beleza, admiração e estudos mais acurados sobre suas necessidades em ambiente artificial com direito a água limpa, comida e até uma namorada (olha que coisa bem transada!!!).

Depois de muito tempo e muitas frustrações e fracassos a coisa foi evoluindo até o início do séc. 19, qdo graças aos europeus e suas intermináveis navegações ao redor do globo (outrora bem azul) terrestre, surgiram muitas espécies de peixes desconhecidas e todo resultado foi transformado na inauguração de um aquário público em Londres (não me perguntem a data…viu…sou péssimo de memória), certamente o primeiro do gênero no mundo. O que era um luxo da nobreza, com o decorrer dos anos (ou séculos) passou a fazer parte do cotidiano progressivamente, e em dado instante caiu nas graças do povão (e da torcida do flamengo), e aqui no Brasil imperial o primeiro e mais ilustre aquariofilista atendia pelo singelo nome de D. Pedro I (o nome completo não cabe na internet).

Esta rápida introdução foi para demonstrar o quanto são diferentes o ontem e o hoje, E desde então tudo evoluiu de forma rápida e o que era a definição para aquariofilia nos anos 40 não serve para os dias atuais - assim como daqui a 50 anos tudo mudará. Certamente.

Arrisco uma definição que extrapola os limites de uma sala ou de qualquer recinto passível de receber um aquário como foco de atenção. Digo que a aquariofilia é e será um instrumento de incomparável valor na educação ambiental pela agregação de situações possíveis de serem observadas e estudadas. Quantas vezes durante uma aula (chata) de ciências o professor tentava explicar o que é fotossíntese? Um chiclete mastigado pela Dercy Gonçalves para quem nunca se perguntou como era possível VER aquilo? Pois então….plin!!! É possível VER fotossíntese em aquários, isso mesmo meu amigo! E tem muito mais, viu!

Muito tem-se falado sobre a questão do acesso a água pela população. Muito se falou sobre a camada de ozônio. A bola da vez é o tal aquecimento global, passando pelo assunto biodiversidade. Aos mais antenados fica evidente que estamos com 8.492 passos à frente em todas as questões, pois em nossos micro-cosmos aquático não é admitido contaminação de espécie alguma, e controle ambiental é um assunto que dominamos MUITO BEM. Assim como nutrição e reprodução de organismos aquáticos. Olha que chique!!!!

Finalizando: Aquariofilia é um grande barato! Que não é o marido da barata...rs. Ok!



domingo, 13 de abril de 2008

Bioglobalização de pragas: espécies invasoras

*Bagre africano(Clarias gariepinus)

As mudanças nos padrões de alimentação da sociedade moderna vêm contribuindo para a chamada “invasão biológica” ou seja, o surgimento de organismos em áreas onde não ocorriam. Define-se como invasão biológica ou organismos invasores quaisquer microrganismos (invertebrados), plantas e animais (vertebrados), introduzidos intencionalmente ou não, em novos habitats, causando danos econômicos, sociais e ambientais tanto nos diferentes ecossistemas como no setor sócioeconômico de uma região. O termo “espécies invasoras exóticas” é, também, sinônimo de organismos invasores.

A entrada de um único organismo de efeito daninho em uma região pode causar um colapso econômico de efeito social devastador, em um país. Na história da humanidade, retrocedendo algumas décadas, apesar dos relatos de invasões biológicas serem esparsos eles mostraram a seriedade do problema, seja na área humana, agrícola, florestal ou ambiental.

Na área da saúde humana, exemplos que não devem ser esquecidos, como a peste bubônica, causado pelo bacilo de Yersin, Pasturella pestis e transmitida por pulgas que vivem em ratos (Rattus rattus) se disseminou da região asiática para o norte da África, Europa e China, matando na Idade Média, um terço da população desses continentes; o vírus causador da varíola e do sarampo foi introduzido no hemisfério ocidental através de colonizadores europeus que praticamente dizimou os índios dos impérios asteca e inca. Além de outros como a tuberculose, a lepra, vírus da influenza, gonorréia, são alguns poucos exemplos a serem citados.


*Lagosta-vermelha(Procambarus clarkii)

Na agricultura, a fome que assolou a Irlanda, em 1840, provocada pelo fungo, Phytophtora infestans, que ataca a batata. Além dos prejuízos causados aos agricultores da época, o maior agravante foi à perda de vidas humanas pela fome com estimativas de um milhão de pessoas. Outras (cerca de um milhão e meio) deixaram a Irlanda principalmente com destino à América do Norte, as quais também padeceram pela introdução do fungo naquela região.

Outras espécies como as moscas das frutas, pulgões, cancro cítrico, foram, igualmente, responsáveis por grandes prejuízos em áreas agrícolas, citando alguns exemplos. Entretanto, se em algumas centenas de anos atrás, as chamadas barreiras naturais formadas pelos oceanos, cordilheiras e florestas eram impedimentos da dispersão rápida desses organismos, no momento atual, o aumento da velocidade dos meios de transporte, do trânsito de bens de consumo e de pessoas vem facilitando, cada vez mais, o estabelecimento e domínio dos ecossistemas agrícolas, urbanos e naturais por diversas outras espécies.


*Tilápia nilótica(Oreochromis niloticus)

Recentemente, a entrada de Anoplophora glabripennis, vulgarmente conhecido como besouro chinês e de Tonicus piniperda (besouro dos brotos do pinheiro), nos Estados Unidos, ocasionaram perdas econômicas superiores a US$ 10 milhões. Os danos ambientais provocados pelo corte de árvores em praças públicas e áreas de produção florestal, são incalculáveis. Outras pragas como o mal-da-vaca louca, a gripe asiática do frango, a febre aftosa, o besouro asiático, a doença do carvalho, a dispersão do cancro cítrico e da mosca-branca, além de causarem perdas e danos na agropecuária, também contribuem para a formação de barreiras sanitárias ao comércio.

Numa busca para solucionar esses problemas, as comunidades científicas de vários países estabeleceram, em 1997, o Programa Global para Espécies Invasoras (GISP). O GISP foi estabelecido para lidar com o problema das espécies invasoras e dar suporte à implantação do Artigo 8(h) da Convenção da Diversidade Biológica. Ele é operado por um consórcio entre o Comitê Científico em Problemas Ambientais (SCOPE), CAB Internacional (CABI), União Mundial de Conservação (IUCN), em parceria com o Programa Ambiental das Nações Unidas (UNEP). Uma lista das cem piores espécies invasoras do mundo foi elaborada pela IUCN, como forma de alertar os países para a possível introdução de alguma dessas espécies.

Maria Regina Vilarinho de Oliveira
Pesquisadora, Doutora
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia



A primeira vez...

A primeira vez ninguém esquece, certo? A primeira vez pode ter sido dolorosa, cômica, embaraçosa, trágica, deliciosa, enfim, a primeira vez é F-O-G-O!!! Quem aqui frequentou auto-escola? Lembram da 1ª aula de volante? O instrutor era calmo ou era uma mula? E a expressão do rosto de vcs? Parecia que tinha um nabo debaixo de vcs? Ou só pensavam num banheiro? Pelo menos minha 1ª vez foi num trator e só conseguia pensar na fumaça preta que insistia em deixar meu rosto igual asfalto.

A primeira vez de muitas coisas na vida também inclui o 1º dia com um aquário. Compra-se um aquário e ao chegar em casa colocamos o retangulo de vidro num local de absoluto destaque com a futura intenção de ser o orgulho da casa, algo que os parentes e vizinhos invejem e queiram imitá-lo, certo?

Ahhhh.....a vida seria tão monótona se tudo desse certo sempre, não é mesmo? Até a tão propalada virilidade tupiniquim já levou duros golpes na auto-estima após os planos collor, plano verão, plano bresser, planoB, planoC, etc...

Seria até estranho se o 1º aquário fosse candidato ao CBAP, AGA ou até o ADA contest né.... Mas aqui nem todos são como o Tiger Woods que acerta tudo que é buraco na primeira (e única) tacada. Tenho a certeza de que muitas tentativas foram feitas até que finalmente...."voi lla"....plinnnnnn!!!!!

Eis que surge o primor da perfeição!!! Um Picasso subaquático!!! Rembrant ictioflorístico!!! Então vc é traído por um pensamento um-pé-no-alter-egocentrista: "agora tiro uma foto e coloco no orkut e tiro a maior onda com aquele péla-saco do ....."

Sim. A 1ª vez envolve muitos sentimentos. Como foram os de voces? São uma doce lembrança ou algo a ser esquecido?

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Profecia... é tempo de pensar - ainda....

"Um dia, a Terra vai adoecer. Os pássaros cairão do céu, os mares vão escurecer e os peixes aparecerão mortos na correnteza dos rios. Quando esse dia chegar, os índios perderão o seu espírito. Mas vão recuperá-lo para ensinar ao homem branco a reverência pela sagrada terra. Aí, então, todas as raças vão se unir sob o símbolo do arco-íris para terminar com a destruição. Será o tempo dos Guerreiros do Arco-Íris."

*Profecia feita há mais de 200 anos por "Olhos de Fogo"